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Foto do escritorAna Schmid

Como tratar pacientes com Síndrome do Pânico na Terapia

 

Coração acelerado, taquicardia, palpitações, sudorese, tremores ou abalos, sensação de falta de ar, asfixia, dor ou desconforto torácico, náusea, tontura, boca seca, diarreia, vertigem, desmaio, calafrios, ondas de calor, anestesia, formigamento, desrealização, despersonalização, agorafobia (medo de lugares cheios), medo de perder o controle, de enlouquecer e medo de morrer - quem já teve 4 ou mais desses sintomas simultaneamente, provavelmente teve um ataque de pânico e pode sofrer de Síndrome do Pânico.

 

Diferentemente da ansiedade que aparece em casos reais de exposição e passam naturalmente, sem grande esforço do sujeito, o transtorno do pânico pode se manifestar algumas vezes por dia e pode levar de 10 a 30 minutos, deixando sensações que podem levar até uma hora para desaparecer.

 

O Transtorno do Pânico (nome técnico para Síndrome do Pânico) está classificado dentro dos Transtornos de Ansiedade e afeta aproximadamente 3% da população, é duas vezes mais comum em mulheres e menos frequente em crianças e idosos. Muitas vezes, as pessoas que sofrem dos ataques acreditam que estão tendo um ataque cardíaco, pois há vários sintomas em comum e quase sempre correm ao pronto socorro em busca de ajuda.

 

Após o primeiro ataque sempre surge o medo de novos ataques e com frequência a pessoa passa associar o local ou a situação em que ocorreu aos sintomas do ataque que teve e passa a evitar situações parecidas, como festas, shoppings, estádios e até mesmo lugares abertos, como praia ou clube. O que gera prejuízos sociais e emocionais para quem sofre do transtorno e pessoas próximas a ela.

 

Dificilmente alguém irá controlar os ataques sozinho, por força de vontade, assim que é imprescindível que se procure um especialista, tanto para a avaliação correta, como para o tratamento. E para essa avaliação os especialistas são o Psiquiatra, o Clínico Geral e o Psicólogo.

Há dois tipos de ataques: o situacional e o não situacional. O situacional é o que ocorre sempre nos mesmos lugares e situações, como no engarrafamento ou multidão. E o não situacional é o que ocorre em qualquer lugar (aberto ou fechado) e em qualquer situação, podendo inclusive ocorrer durante o sono.

E por que algumas pessoas sofrem de síndrome do pânico? Ninguém sabe ao certo. Há algumas evidências de que estresse, predisposição genética e temperamento suscetível ao estado emocional alterado contribuem para o desenvolvimento da doença.

Pode ser hereditário, pode ser acúmulo de estresse causado por experiências ruins e pode ser também um alarme disparado sem querer. Um acionamento do nosso sistema cerebral de luta e fuga que ocorreu sem real necessidade em determinada situação e local e a partir dessa experiência surge uma associação inapropriada. Agora sempre que a pessoa imagina que vai para "aquele lugar", "naquela situação", seu sistema de defesa dispara inadequadamente e ela sofre outro ataque do pânico.

 

Os medos irracionais são companheiros presentes das pessoas que sofrem de Síndrome do Pânico: medo de morrer, de perder o filho, cônjuge, divórcio, acidente (aéreo, carro, elevador). Medo de lugares cheios que podem ter incêndio, desmoronar, ter tiroteio etc. Muitas vezes a Síndrome do Pânico surge em comorbidade com outros transtornos, como Transtornos de Controle de Impulso Transtornos de Ansiedade É importante fazer exames clínicos para eliminar causas orgânicas como disfunções hormonais, da tireoide, entre outros problemas físicos que podem dar sintomas parecidos.

 

Perguntas importantes na avaliação de Transtorno do Pânico:

O que está sentindo e quando notou essas sensações pela primeira vez?

Ocorrem com muita frequência?

Quanto tempo as crises costumam durar?

Você acredita que elas surgem sem motivo aparente ou tem algum gatilho como uma situação ou um lugar que pode desencadear o ataque?

Você evita lugares ou pessoas com medo de novas crises?

Esses sintomas afetam a sua vida profissional ou pessoal?

Houve algum evento traumático durante sua vida?

A relação com sua família é boa? Há histórico familiar de Síndrome do Pânico ou de algum transtorno mental?

Você possui algum problema de saúde? Consome cafeína bebidas alcoólicas ou drogas com frequência?

 

Como tratar - Cuidados com o corpo e com a mente:

- Psicoeducação - ensinar sobre o transtorno e sintomas

 - Alimentação adequada

- Meditação diária

- Não ficar sem comer por mais de 3 horas para evitar queda de glicose

- ⁠Organizar o dia e ticar o que foi feito

- Cuidar do sono, higiene, telas etc.

- ⁠Jejum de desgraça: jornal, filme violento, grupos de zap, amigos desastrosos

- ⁠Em vez de “Como vou resolver isso?” Use “Que pequeno passo posso dar para resolver isso?”

- ⁠Trate-se com respeito, acolhimento, delicadeza e compreensão

- ⁠Faça exercícios leves

- ⁠Faça respirações conscientes onde a expiração (ar que sai) leve o dobro do tempo do que entrou

- ⁠Diminua a quantidade de oxigênio entrando

- Respire em um saco de papel

- ⁠Visualize um lugar seguro e tranquilo

- ⁠Rodeie-se de imagens, mensagens e pessoas positivas - ⁠atente-se para seus pensamentos e interrompa os pensamentos catastróficos.

 

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Referências

Lopes, Jaqueline. Como controlar a síndrome do pânico. Bauru, SP: Alto Astral, 2019

Masci, Cyro. Síndrome do pânico. Psiquiatria com abordagem integrativa. Psiquiatra em São Paulo - Dr. Cyro Masci Acessado em dez 22

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