É muito comum que os pais criem seus filhos copiando o modelo com que foram educados. Descreverei aqui quatro modelos parentais diferentes para que possam se reconhecer e ver caminhos para melhor orientar seus filhos, impondo limites necessários com respeito e carinho.
Pais Rígidos
São autoritários e controladores
Acreditam que só se aprende através do sentimento de culpa
Como argumento usam "porque sim"
Dizem muito "não" sem se justificar
Usam punição física e/ou castigo
São muito firmes e pouco gentis
Têm dificuldade para orientar
Não ensinam como se aprende com o erro
Não ensinam a criança a se autorregular
Aprenderam este modelo com seus pais e têm dificuldade de educar de outra maneira
Os pais que criam seus filhos com muita rigidez acreditam que essa é a melhor forma de se educar uma criança. Não conhecem outros caminhos para orientar sobre os erros e acreditam que fazer com que seus filhos se sintam mal é o melhor caminho para que não errem mais.
Eles foram criados assim e sentem muita mágoa de seus pais. Não refletiram muito sobre isso e repetem o modelo autoritário, pois não conhecem outros.
Pais Negligentes
Não dão atenção para os filhos
Não olham nos olhos
Não escutam com interesse
Não orientam
Delegam a educação à escola e a funcionários
Culpam os outros pelos "fracassos" dos filhos
Falta presença emocional
Falta interesse verdadeiro
Não são nem firmes e nem acolhedores
Não reconhecem essa ausência emocional e nem a falta de interesse
Justificam essa postura pelo excesso de trabalho, cansaço e falta de tempo
Filhos demandam tempo, atenção, carinho, paciência, firmeza, afeto, etc., ect…
Crianças e adolescentes criados por pais negligentes desenvolvem inúmeras carências e têm muita dificuldade em se valorizarem. Não se sentem dignos de admiração e nem de amor, pois acreditam que não os têm de quem mais precisariam ter.
PAIS PERMISSIVOS
Têm medo de contrariar
Não sabem dizer "não"
Têm medo de "traumatizar"
Sentem culpa por trabalharem fora e acham mais fácil permitir tudo do que orientar
Não sabem como educar de outra forma
Os filhos mandam nos pais
Os pais não têm autoridade e os filhos fazem o que querem
Este caminho pode gerar muito mais problemas para a criança do que os pais imaginam.
Ela precisa e procura limites. Se sente insegura na falta de "nãos" adequados.
A piora constante de condutas inadequadas na escola e em casa são provocadas pela busca eterna de limites que a façam se sentir amparada, segura e cuidada.
Pais Participativos
Escutam a criança e respondem com respeito
São flexíveis e ponderados
Usam a comunicação não violenta
Aproveitam as experiências e sentimentos ruins para orientar
Ensinam a lidar com a frustração de forma acolhedora
Pedem desculpas quando erram - mostram que a imperfeição é natural
Ensinam com exemplos nas próprias atitudes
Dão escolhas limitadas
Pais Participativos sabem que seus filhos não vão aprender e nem melhorar o comportamento por se sentirem mal. Sabem, também, que devem ser firmes.
O equilíbrio entre o acolhimento e a imposição de limites dá segurança e orientação à criança.
Dentre os modelos de pais Rígido, Negligentes, Permissivos e Participativos, o mais indicado é o último...
A rigidez extrema tira a oportunidade da criança e do adolescente de tentar, errar ou acertar e aprender com o próprio erro. Tudo é conduzido por outros e ele se sente incapaz.
A negligência deixa os filhos desamparados por falta de atenção e afeto. Os pais delegam a educação para babás e para a escola e seus filhos crescem se sentindo desmerecedores de amor. O que lhes afetará por toda a vida nos relacionamentos e até na vida profissional.
A permissividade faz com que a criança acredite que pode tudo e que sempre haverá alguém para acobertar seus erros e fazer tudo por eles. Os filhos notam que estes pais têm medo de perder seu amor se impuserem limites. E sentem falta destes limites.
E a participação dos pais na educação traz segurança, acolhimento, autoestima elevada, empatia e autorrespeito. O sujeito cresce sabendo qual o seu lugar no mundo, sabendo respeitar os limites e emoções dos outros, pois tiveram como exemplo as pessoas que mais admiram no mundo: seus pais!
Ana Schmid
Neuroeducadora, Psicopedagoga, Terapeuta, PNL, Professora de Inglês, Espanhol e Artes e mãe da Luna e do João
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